Dora,
que mala pesada
é essa
em tuas mãos?
- é a culpa
da lucidez que causei
do sangue estancado na barriga vazia
das algemas trancadas em meus abraços
é a culpa
do que não aconteceu comigo
das pessoas que até hoje não conheço
de tudo que veio depois de mim
se ao menos eu pudesse
jogar esta mala no passado
e fazer escorrer o sangue
faria daquele útero
um pacote pra desejado presente
assim,
leve de mim
carregaria desculpas
por não ter nascido.
Um comentário:
Quanta força a remexer com o tempo e as culpas...
O que se faria
o que seria...
mera conjugação tardia.
Lindo poema, querida!
Adorei o novo layout tb!
Abraços, Moni
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