Mãe é o dia-a-dia do útero e o útero do dia-a-dia.
Mãe é garfo e faca. Mãe é água.
Mãe é um degrau depois do outro.
Mãe é a mão que atravessa a rua.
Mãe chove, seca e inunda.
Mãe é aquela antiga foto.
É o colo da cama e o canto do quarto.
Mãe é grito que acalma.
É prato principal e leite derramado.
Mãe tem saudade e medo.
Mãe é aquela que ensina a acariciar os próprios cabelos.
Há pai que é mãe, avó que é mãe, amiga que é mãe.
Há mães que todos olham e mães que ninguém vê.
Há mãe que não é.
E mãe que ensina o voo.
Mãe tem superpoderes e inúmeras fraquezas.
Mãe é visita ao presídio e esmola na rua.
Por que assim também são as mães,
de mentiras, de verdades
e instantes de eterno amor.
Mãe sonha, chora, cansa e não desiste.
Mãe é tudo que fica do tanto que parte.
Mãe não se esquece.
Permanece nas mães de cada dia.
Poema Mães de Cada Dia, 2010
Roselaine Funari
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